Ordem dos Agostinianos Recoletos
 
 
 
 
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Dúvidas frequentes
De quem é a iniciativa vocacional? 
A vida religiosa reflete em si a vida trinitária que caracteriza a vida e experiência cristã, dada na beleza do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A iniciativa da consagração-seguimento, pela vivência dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, é de Deus Pai que chama (Mt 17,5). Escutando ao chamado que Deus Pai faz em Jesus Cristo, através de seu testemunho, o homem lança-se no mistério do amor de Deus, a quem se consagra inteiramente. A vida religiosa encontra no que Jesus anunciou sobre o Pai o ponto primordial, que não só fundamenta a continuidade histórica da fé da comunidade cristã, mas ainda, aponta o caminho mais aberto para a inspiração de todos os consagrados.
Respondendo com a totalidade da vida, com a oblação da própria vontade, é que se pode compreender o ser/estar consagrado na Igreja, a partir da totalidade da entrega, que se configura com a entrega do Filho na cruz. Todo homem, pela escuta da voz do Pai, e pela consagração religiosa, se coloca livremente no altar e se oferece a Deus em culto de louvor e adoração. 
O holocausto da própria vida ao Pai se realiza por meio do Filho, único caminho estabelecido entre o Pai e os homens (Cf Jo 14,6), e que chama a todos os escolhidos (Jo 17,9) a segui-lo onde quer que ele vá (Ap 14,4). Pela radicalidade da fé, a prática dos conselhos evangélicos exige um abandono total e incondicional (Mt 19,27) para viver em intensa comunhão e intimidade com o Pai. Toda pessoa que se deixa seduzir por Jesus Cristo é impelida, pelo sentido de holocausto, a abandonar tudo e segui-lo (Mc 1,16-20; 2,14; 10,21.28). Deste modo o vocacionado deseja identificar-se com o Filho, assumindo seus sentimentos e sua forma de vida.

O que é motivação vocacional? 
“O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem o acha e torna a esconder e, na sua alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele campo. O Reino dos Céus é ainda semelhante a um negociante que anda em busca de pérolas finas. Ao achar uma pérola de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra”. (Mt 13, 44-46) 
Quando falamos de motivação vocacional, introduzimos dois novos elementos à motivação, que são dons do próprio Deus: o chamado e a fé. A motivação vocacional se manifesta primeiramente no sentir-se escolhido e amado por Deus, pois foi Ele quem nos amou por primeiro (1 Jo 4,10); é reconhecer a filiação divina e colocar-se numa atitude discipulado, de conformação a Jesus Cristo por meio da experiência do seguimento e do discipulado. 
O sim da pessoa é uma resposta de amor, de entrega, de doação que quer ser exclusiva ao Amor que amou por primeiro de modo incondicional. 
A motivação aplicada à vocação cristã – viver por, com e em Jesus Cristo – nos permite refleti-la não somente tendo motivos internos ou externos para amar e seguir Jesus Cristo, mas viver como filho de Deus e discípulo, ou seja, é ser capaz de viver a partir de uma existência transfigurada por Deus e por amor a Deus, por meio do encontro pessoal com o Senhor no cotidiano da vida, na experiência constante de discipulado e de seguimento a Jesus Cristo, dando as razões da nossa esperança (1Pd. 3,15). 
A experiência de sentir-se amado por Deus, ter a vida transfigurada por Ele encoraja a pessoa para que ela possa colocar toda a sua vida, forças, dons, energias, inteligência como resposta ao Amor recebido. O Senhor que chama, elege, separa para si, exige do discípulo uma experiência de confronto direto e cotidiano, pois este se coloca apenas como servo, instrumento d’Aquele. A experiência de discipulado é marcada por relações de intimidade, de afetividade, de proximidade, docilidade, de confiança, de confidências entre duas existências: Deus e a pessoa que foi chamada por Ele.

Vocação é desejar? 
Sim, é desejar a Deus, pois no coração do homem habita a Verdade, habita Cristo, luz sem ocaso que dissipa as trevas do pecado. No homem interior, no mais íntimo de nós, ocorre o encontro do Criador com a criatura, do Amor com o objeto amado. Ajuda-nos no processo de interioridade e de encontro com Deus as sentenças agostinianas: Nolis fora ire; in te ipsum red; transcendente te ipsum (Não saia de ti mesmo; entra dentro de ti mesmo; transcende-te a ti mesmo) e encontraremos a Verdade, no homem interior, onde ela habita. 
O desejo de Deus, apesar de nossas fragilidades, deve ser constante. Assim diz o Salmista: “Agora fala, meu coração, abre-te e diz a Deus: Busco a vossa face; Senhor, é vossa face que procuro” (Sl 26,8). Desejemos a Deus, desejemos o Amor. Desejando o procuremos, procurando o desejemos, amando o encontremos, e encontrando o amemos.

Qual a missão da Vida Consagrada hoje? 
A Igreja confia à vida consagrada, enquanto testemunho de Jesus Cristo pela profissão pública dos conselhos evangélicos, de configuração a Cristo casto, pobre e obediente, e de sinal escatológico do Reino do céu, o trabalho de fazer crescer a comunhão num mundo dilacerado pelo ódio étnico, pelas desigualdades sociais e toda classe de discriminação, sendo signo profético de fraternidade. Pois desde seu ser, a vida consagrada é chamada a ser e estar em comunhão, tanto no interior da Igreja como na sociedade. 
A especificidade da vida religiosa cristã deriva do exemplo, da palavra e da ressurreição de Jesus Cristo, expressa nos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência. Esta perspectiva de Jesus se concretizou na experiência da Igreja, ou seja, por meio dos que o seguiram na Páscoa (At 2,44; 4,32-35). Deste modo, os grupos de cristãos que surgiram, como nossa família agostiniana recoleta, através de um processo maduro do valor da castidade e a necessidade de total desapego, descobriram o sentido comunitário da vida religiosa como lugar de consagração a Deus e realização cristã.

O que nos atrai em Santo Agostinho?  
O que que tem Santo Agostinho que apesar dos séculos continua encantando e suscitando tanta admiração nos homens do nosso tempo? Pois embora possa parecer simplista o que nos atrai de Agostinho é o Deus que o habita. E o que nos atrai de Agostinho é perceber que os santos não nascem feitos, mas Deus os vai tornando santos com a força da sua graça e isso em poucos santos se percebe com tanta nitidez. 
O que nos atrai em Agostinho é perceber que embora distante no tempo, temos um coração bem parecido ao dele, uns sonhos próximos aos dele, e principalmente o mesmo desejo de amar e ser amado, desejo que consumiam todas as forças e energias de Agostinho. 
O que nos atrai em Santo Agostinho, como falava antes, é perceber que não nasceu santo, nem foi coroinha da paroquia, nem participava do grupo dos jovens da igreja. Sua mãe era crista e uma santa crista, ontem celebramos a festa dela, de Santa Mônica, mas o seu pai era pagão numa época de debacle e decadência do império romano: perversão, corrupção, imoralidade, era um império em decomposição, que estava apodrecendo nos seus fundamentos. 
Santo Agostinho tinha tudo que um homem daquela época poderia ambicionar. Era um, poderíamos dizer, prestigioso conferencista, palestrante, alguém que empregava e utilizava a linguagem como ninguém. As pessoas ficavam absortas, abismadas, de queixo caído escutando aquele homem que seduzia as pessoas pelo seu palavreado. Mais tarde, após sua conversão ele dirá que apenas foi um vendedor de palavras. Lembrem que o mesmo imperador Valentiniano, em Milão, quis escutar o famoso Agostinho, dada a fama do orador, e não esqueçam também, que Roma e Milão eram ainda o centro do mundo. 
Podemos dizer que Agostinho tinha chegado no mais alto que podia chegar enquanto orador: tinha fama, prestigio, reconhecimento, poder… mas não era feliz, alguma coisa não seu interior ameaçava com derrubar-se. Ele conta nas suas confissões: que num daqueles dias prévios a pronunciar o seu discurso para o imperador e enquanto passeava pelas ruas de Milão, encontrou-se com um mendigo que estava bêbado, que despreocupado de tudo ria sozinho e feliz para as paredes. Disse Agostinho que nesse instante uma cascata de sentimentos prorromperam no seu coração e caiu num profundo pranto: “Eu trabalho tanto para conseguir os meus objetivos e uma vez atingidos não sou feliz e não entanto esse mendigo bêbado vive feliz sem nada. Bom, disse Agostinho, não sei se ele será feliz, mas sim tenho certeza de que eu não sou. Pelo menos esse mendigo conseguiu o vinho pedindo honestamente e eu tenho alcançado os cumes mais altos me traindo a mim mesmo. A embriaguez do bêbado passaria com uma noite de sono, mas não assim a minha infelicidade”. 
Agostinho foi um incansável buscador da verdade, frequentou todo tipo de seitas, religiões, filosofias, inclusive buscou também essa verdade na astrologia. Não se conformava com qualquer resposta, nem com meias verdades, por isso a sua vida foi um constante peregrinar movido pelo desejo interior de encontrar a verdade. Jovem rebelde, experimentou os prazeres carnais, conheceu o amor de uma mulher, soube o que significa ser pai e conheceu também o amor sublime de Deus. Um amor que o seduz e o encantou. Um amor que preencheu os vazios do seu coração e deu sentido à sua vida e que lhe fez exclamar: “Quão tarde te conheci, Beleza sempre antiga e sempre nova. Eu te buscava fora e tu estavas dentro de mim. Estavas ao meu lado e eu bem longe de ti. Me chamavas, gritavas e finalmente rompeste minha surdez, brilhaste para mim e curas-te minha cegueira. Aspirei o teu perfume e ardi em desejos de ti. Me tocaste e me abrasei na tua paz." 
Santo Agostinho é conhecido por muitos títulos, mas o que faz mais justiça à sua vida é o título de Doutor da Graça, porque quando a gente olha pro coração de Agostinho, percebemos a obra de Deus, da graça de Deus neste coração inquieto, que Deus foi transformando e moldando a sua imagem, sem mérito por parte de Agostinho, mas bem Deus o foi cercando com laços de amor, assim como o caçador vai rodeando a sua presa até cair rendido aos pés do Amor.. 
Olhar para Agostinho enche o nosso coração de confiança e esperança. E nos faz acreditar que assim como ele, também eu tenho solução e não sou um caso perdido. O que Deus fez com Agostinho pode fazer na minha vida se eu o permitir. De fato, uma das frases de Santo Agostinho, seguramente não é a mais conhecida, nem a mais famosa, nem a mais poética, mas que a nos infunde vida, sustenta o ânimo, renova as forças… é quando Agostinho toma conhecimento da conversão do Abade Antônio no Egito e de alguns soldados romanos e suas namoradas que deixaram sua vida mundana para servir ao Senhor. Agostinho escutou aqueles testemunhos, os guardou no coração como Maria e num momento ele exclamou: “se estes e estas puderam por que eu não?" Este é o grito de guerra de Agostinho e é o grito que não pode ser sufocado no coração de ninguém, é o grito da graça de Deus no coração do homem. Deus nos fala a cada um de nós: eu posso fazer em ti o que fiz há 16 séculos no coração de Agostinho, se você me permitir. 
Santo Agostinho tratou de postergar a sua conversão, tinha medo de entregar o coração para Cristo e exclamou. “Até quando direi amanhã, amanhã, para amanhã tornar a falar a mesma coisa. Por que não dar um fim aos meus extravios nesta mesma hora? Todos pensamos que temos ainda muito tempo e vamos adiando as coisas importantes para amanhã e amanhã as tornamos a adiar para amanhã tornar a falar a mesma coisa: quando me consolide no trabalho, quando me aposente, quando os filhos saiam de casa… então mudarei de vida, dedicarei mais tempo pra Deus, pra família, cultivarei o meu interior… De uma hora pra outra a vida pode mudar a tua história. 
Hoje Santo Agostinho está nos sussurrando no ouvido a cada um de nós, que estamos feitos do seu mesmo barro, que temos as suas mesmas possibilidades de tornarmos como ele um grande amigo de Deus, pois contamos com a mesma e inalterável misericórdia e graça de Deus com a que contou Agostinho:
Manda e ordena o que quiseres, 
mas purifica meus ouvidos para que escutem tua voz. 
Cura meus olhos para que vejam teus sinais. 
Afasta de mim toda ignorância para que reconheça teus caminhos. 
Me diz para onde voltar o olhar para Te ver, 
e assim poder cumprir os teus mandamentos.

Quem são os Agostinianos Recoletos? 
Ainda hoje o Espírito de Santo Agostinho está vivo e presente na Igreja por meio da família agostiniana, da qual os Agostinianos Recoletos fazem parte. Os Agostinianos Recoletos são seres humanos que, ouvindo o chamado de Jesus “vem e segue-me” entregam sua vida para servir o Reino de Deus como consagrados do Senhor e servidores da Igreja. Os religiosos Agostinianos Recoletos vivem em comunidade partilhando seus bens materiais e espirituais buscando uma vida baseada em três princípios, segundo o desejo do Pai Agostinho: 
1- Interioridade: busca de Deus e de si mesmo na oração e na contemplação. 
2- Comunidade: vivendo em uma mesma casa partilhando tudo o que são e o que possuem. 
3- Serviço: estando disponíveis a trabalhar pelo Reino de Deus no atendimento aos fiéis pelo serviço à Igreja segundo suas necessidades. Uma das maneiras de expressar o princípio do serviço está no trabalho em missões. E esse trabalho está refletido nos três amores do carisma Agostiniano Recoleto. Os três amores são os seguintes: 
1- Amor contemplativo: descobrir o Deus de Jesus Cristo através da oração que direciona para o… 
2- …amor comunitário: viver unidos em “uma só alma e um só coração” que é difundido no… 
3- …amor apostólico: alcançar todo o Povo de Deus na imitação incondicional a Jesus Cristo.

Qual o ideal do religioso Agostiniano Recoleto? 
Ninguém melhor do que o próprio Santo Agostinho para falar sobre isso. Veja o que ele escreveu como projeto de vida: “O motivo principal pelo qual vos reunistes em Comunidade é este: viver na casa em perfeito acordo, não tendo senão uma só alma e um só coração voltados para Deus. E não chameis nada de próprio, mas tudo entre vós seja comum.” (Regra de Santo Agostinho) 
-O dia-a-dia na comunidade 
Novamente, ninguém melhor do que o próprio Santo Agostinho para falar disso. Desta vez, o que você vai ler é parte da obra que ele escreveu sobre sua caminhada na fé, sua “autobiografia espiritual” chamada Confissões: 
Falar e rir juntos, trocar pequenos gestos de amabilidade, saborear juntos o prazer da leitura, tornar-se sérios e rir juntos, dissentir sem amargura… aprender dos outros e ensinar-lhes também algo, recordar com tristeza o ausente e receber com alegria os que voltam para casa.” (Santo Agostinho, Confissões)
 
 

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